quarta-feira, setembro 30

[praia de Moledo, Minho]

Águas turvas de teu ser



Suspensas auroras gozadas
Observou a maré
Por areias armadas
Saltou num só pé

Caiu, feriu-se nas pedras douradas
Julgava ser duende dos doces sais
Mas pouco sabia das águas salgadas
Nadou pela margem fazendo sinais
Ninguém entendeu…
Braçadas fechadas levou-a bem longe

LÁ SE PERDEU
Na linha do infinito
Tinha fugido num sopro marinho
Duende das águas, nadou pelos fundos
A ÁGUA ERA TURVA
Viu um velho de barbas que se aproximava
Nadava e nadava
Saíra dali porque o amava
Com medo de si, afogou-se em silêncio
Peixes vieram
Levaram-na no dorso
Ao som de seu cântico
Tão suave de doce.

jf.
[E porque as memórias não me sossegam. Sinto-me só]

sexta-feira, setembro 25

Na Noite


[em fotos nocturnas]

O belo aos meus olhos. Mistério, enigma, incertezas reflectidas na noite quente de um Agosto. Lembrava-me de mim, do passado, do que fôra e não quisera ser. Do que sentia e se me impunha como punhal ferido de dor, pela dor que sentia. Queria fugir, perder-me no bosque. 
Aquele bosque era imenso: ruídos de morte, ruídos de vida. Caminhei pela noite...

[imagem do google]


Uma casa. Acolhida entre quatro paredes, descobre-lhe o segredo. Janelas de madeira pinceladas a cor marfim, vidros opacos que se embaçam em gerações de contraste: vincados contrastes.
Uma alma serpenteia, delicada, desnorteada. Almeja seu íntimo. Entre "psiqué's" sumidas, lá batalha na descoberta da essência. Encontrá-la-á? Com certeza. É valente, puro guerreiro.

As portas fechadas, selaram segredos profundos. Das chaves de outrora, perderam-lhe o rasto. Mas a chave dourada, que doira meu ser, num retrato findado poderá ser achado.

quinta-feira, setembro 24

Origens II

[aos 4 anos]


"Respingona" e destemida entre motivos campestres. Assim me defino: rapariguinha decidida desde tenra idade. Toda a meninice me eleva na podridão deste viver oco e tresmalhado de sentido.
HOJE, já não sou essa menina valente, mas antes uma partícula de vivências e sensações que me transformaram no eu de AGORA.

Origens I

[meus pais]

Decidida a começar de novo.

Deles vim. A eles devo quem sou. Particularidades acentuadas do pai, feitio efusivo, impaciência transferida. Poucas ou nenhumas semelhanças com a mãe. Sentimental por ela, gosto aguçado em parte também, em suma, mulher com ela.
Em tantos momentos, confrontos abertos, mas sou parte de vós e vós, todo de mim.