terça-feira, julho 10

Leva-me

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Nada me peças
Senão a calma que vem de mim,
A inquietude que me faz assim
E me deixa perdida num sem fim.

Finge que me adoras
Ama-me por largas horas
E enreda-me no teu ser
Num delírio até ao amanhecer.

Ah! Dá-me o teu peito
Deixa-me repousar e nele sonhar
Leva-me para além da noite
Lá onde o céu encontra o mar.

jf.

sábado, julho 7

Corpos em êxtase

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Corpos em êxtase
Azáfama eufórica
Nada os faz pensar, nada os perturba
Ambos se sentem, ambos se querem
Nada para, tudo avança.
A ternura emerge por entre eles e, de súbito, tudo muda.
Loucura vã, os corpos estremecem e não se largam
Desafiam-se na loucura do encontro.
Olhares singelos que se cruzam
E por entre a vontade, a não vontade.

Em segredo, sabem-no, mas não ousam
Querem e não querem
Hesitam...
Almas algemadas na penúria do ser.
Os instintos perdem-se quando sentem o aroma da tez.
Semblantes melancólicos, fragmentados
Murmúrios, gemidos suaves.
De novo o êxtase, de novo as carícias
E assim se envolvem num tempo sem tempo.



jf.

quarta-feira, julho 4

Gente muda

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Gente muda,
Olhares trémulos e extasiados
Mãos quentes e agitadas na tortura do sentir
Batidas leves e descompensadas da euforia
Corpos em parte incerta
Onde fervilha o desejo dos sentidos
Essências no ar que os faz vibrar
Subitamente, desponta a loucura
Corpos que se dissipam num enredo cinestésico
Tocam a virtude do arrebatamento
Faíscas desenham-se por entre gemidos
Arfam versificações de poeta
Gesticulam no âmago do prazer
Do prazer vem o clímax e do clímax, repouso
Cruzam-se na multidão sem dar sentido ao vivido
Fitam-se num duelo fingido
Com vontade de um abraço perecido.

jf.