quarta-feira, maio 23

Transitum inanis

[Salvador Dalí. Metamorfosis de Narciso]



Vazio

Nada sou
Nada quero, meu mundo é nada
Sou feita de vazio
Que complementa meu fastio,
Rastejo, sem um pouco de pejo,
Meus olhos são água
Salgada água que não me adoça
Mergulho nela e nela me vejo
Entranha-se-me a raiva
E nela me ouço:

CHORO, GRITO, SOLUÇO

Pernas que tremem em desvario
Saudade
de ser menina do rio.
A água era doce, de um doce marfim
Agora é suja, sem um pouco de mim.



jf.

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