quarta-feira, setembro 30

[praia de Moledo, Minho]

Águas turvas de teu ser



Suspensas auroras gozadas
Observou a maré
Por areias armadas
Saltou num só pé

Caiu, feriu-se nas pedras douradas
Julgava ser duende dos doces sais
Mas pouco sabia das águas salgadas
Nadou pela margem fazendo sinais
Ninguém entendeu…
Braçadas fechadas levou-a bem longe

LÁ SE PERDEU
Na linha do infinito
Tinha fugido num sopro marinho
Duende das águas, nadou pelos fundos
A ÁGUA ERA TURVA
Viu um velho de barbas que se aproximava
Nadava e nadava
Saíra dali porque o amava
Com medo de si, afogou-se em silêncio
Peixes vieram
Levaram-na no dorso
Ao som de seu cântico
Tão suave de doce.

jf.
[E porque as memórias não me sossegam. Sinto-me só]

4 comentários:

  1. As memórias são meras passagens. Não vivo delas. Estou só, completamente só.

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  2. Por vezes mais val ter a a certeza que estamos sós do que ter a ilusão que estamos acompanhados...pensa nisso...

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